01/09/2010 20h34 - Sérgio Rizzo, especial para o Yahoo! Brasil
Histórias de amor são matéria-prima para o cinema desde
os seus primórdios e espalham-se de maneira eficaz
por diversos gêneros, como o policial
("Laura"e "Chinatown", entre inúmeros exemplos), a ficção científica
(pense em "Blade Runner" e "Solaris") e o filme de aventuras
Seu território por excelência, no entanto, é o do drama romântico,
que se estabeleceu como um gênero especialmente apreciado
pelo público feminino. Costuma-se associá-lo a lágrimas,
em geral provocadas por histórias de um amor
impossível - embora um final feliz também tenha muitas vezes
a capacidade de "destruir" o espectador.
Abaixo, uma seleção que procura combinar diferentes tradições
e períodos do cinema que se ocupa preferencialmente do amor,
com a entrega de quem parece dizer que não há nada mais importante
com o que se preocupar.
Confira os filmes:
10 - "Antes do Amanhecer" e "Antes do Por-do-Sol"
(Before Sunrise, 1995 e Before Sunset, 2004)
Dirigidos por Richard Linklater ("Waking Life"),
Ethan Hawke e Julie Delpy protagonizam história de amor que fala
principalmente aos jovens da virada de século. No primeiro filme,
eles se conhecem em um trem e vivem noite inesquecível em Viena.
O segundo mostra o reencontro, nove anos depois, em Paris.
9 - "As Duas Inglesas e o Amor" (Le Deux Anglaises et le Continent, 1971)
Toda a obra de François Truffaut (1932-1984) é pautada por uma visão romântica
do mundo e, sobretudo, das mulheres. Aqui, ele volta a adaptar um livro de
Henri-Pierre Roché, autor de "Jules e Jim", também sobre um triângulo -- entre
duas irmãs inglesas e um francês (o "continente" do título original)
8 - "Clamor do Sexo" (Splendor in the Grass, 1961)
O "esplendor na relva" do título original vem de um poema de William
Wordsworth sobre a necessidade de olhar sem dor para o que perdemos.
Dois jovens do Kansas (Warren Beatty e Natalie Wood)
vivem um intenso romance, apesar das diferenças sociais.
Um dos grandes filmes de Elia Kazan
("Sindicato de Ladrões").
7 - "Manhattan" (Manhattan, 1979)
Com o êxito de "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" (1977), Woody Allen
passou a ser tratado como um mestre contemporâneo da comédia dramática
de fundo romântico, com personagens urbanos, seus prazeres e neuroses.
Um roteirista (Allen) sente-se dividido entre uma estudante bem mais jovem
(Mariel Hemingway) e a amante de um amigo (Diane Keaton).
6 - "Amor, Sublime Amor" (West Side Story, 1961)
Um dos grandes musicais na história de Hollywood, adaptado de um espetáculo
da Broadway que, por sua vez, transportou a história de "Romeu e Julieta",
de Shakespeare, para o West Side de Nova York. A rivalidade entre gangues torna
impossível o amor entre Maria (Natalie Wood) e Tony (Richard Beymer)
5 - "As Pontes de Madison" (The Bridges of Madison County, 1995)
Baseados em romance de Robert James Waller, o roteirista Richard LaGravenese
("O Pescador de Ilusões", "P.S. - Eu Te Amo") e o diretor Clint Eastwood contam
a curta e marcante história de amor vivida por um fotógrafo (Eastwood) e por uma
mulher casada (Meryl Streep) durante uma viagem do marido com os filhos.
4 - "Último Tango em Paris" (Ultimo Tango a Parigi, 1972)
Um dos mais célebres e escandalosos filmes dos anos 70, foi censurado em
diversos países (inclusive no Brasil) e gerou represálias políticas ao diretor
Bernardo Bertolucci na Itália. Um executivo norte-americano (Marlon Brando)
e uma jovem francesa (Maria Schneider)
entregam-se à busca pelo prazer, e dane-se o mundo
3 - "Não Amarás" (Krókti Film o Milosci, 1988)
O que é isso a que chamamos "amor"? Em um dos episódios da minissérie
de TV "Decálogo", remontado e ampliado para exibição nos cinemas, o polonês
Krzysztof Kieslowski (1941-1996) sugere possíveis respostas a essa pergunta
por meio da atração que um jovem (Olaf Lubaszenko) sente por uma vizinha
mais velha (Grazyna Szapolowska).
2 - "...E o Vento Levou" (Gone with the Wind, 1939)
Scarlett O'Hara e Rhett Butler, protagonistas de uma complicada história
de amor durante a Guerra Civil e o processo de reconstrução dos Estados
Unidos, foram criados pela escritora Margaret Mitchell no maior best-seller
dos anos 30. Ninguém mais deixou de os imaginar, entretanto, com os rostos
de Vivien Leigh e Clark Gable. Isto era Hollywood, na grandiosa acepção do
produtor David Selznick.
1 - "Casablanca" (Casablanca, 1942)
Parece difícil acreditar que essa adaptação de uma peça teatral obscura
tenha sido tratada apenas como mais uma das diversas produções medianas
da Warner Bros. naquela temporada, sem grandes expectativas. O "gênio do
sistema" (imagem criada pelo crítico André Bazin) entrou em cena, contudo,
e cuidou para que viesse dali um clássico, com o reencontro entre dois antigos
amantes (Humphrey Bogart e Ingrid Bergman) servindo como aula de diálogos,
de cinismo e, claro, de romantismo.
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