quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Depois da correria...

Olá queridos! Estou aqui, rapidamente, depois de muita correria na vida.
Estamos em fase final na organização da mudança do escritório. Ainda tem bastante coisa para ajeitar, mas vamos indo.
De coisas boas, ontem eu completei mais uma primavera e estou cada dia mais velha e cada dia me sentindo mais nova. Isso é estranho, mas acho que é bom.
Quero aproveitar o tempinho que tenho disponível agora e deixar um texto para vocês. É um "romance de banca", como disse a Kelly, mas nós adoramos, né meninas?!
Como está disponível para baixar em e-book, acho que não serei processada por isso, certo?!
Lembrei de que uma professora minha disse na semana passada que achava ridículo essa coisa de direito autoral, pois idéia não tem propriedade. O que vcs acham?!
Bom, aí vai o trecho. bjos.

"- Segure-se bem, aí, senhorita - disse Chips, avisando Isadora. - Mantenha uma mão no cordame não importando o que aconteça e certifique-se de que seus pés estão bem apoiados nas vergas quando passar por elas.
Embora não estivesse a muito mais de dois metros acima do convés, Isadora sentia-se vulnerável, em espe­cial quando o navio subiu com uma onda e balançou um pouco. Ainda assim, a despeito de sua incerteza, sentia-se orgulhosa e empolgada. A Isadora que partira do porto de Boston jamais teria se atrevido a subir no cordame de um navio. Mas uma vez que os homens do Cisne tinham decidido ensiná-la sobre as atividades de um ma­rujo, ela ousara experimentar uma centena de coisas novas, e sua confiança crescia a cada dia.
- Mas que diabos... - Ryan Calhoun aproximou-se depressa, a expressão no rosto carregada. - Droga, Chips, você não pôde deixá-la subir no cordame desse jeito.
-Não é culpa dele, capitão.- interveio Isadora de imediato. - Eu insisti. Ouvi dizer que já estamos perto de Cabo Frio e eu queria ver a paisagem do alto.
A verdade era que Isadora queria ver tudo. Para ela, a viagem se tornara uma jornada de descobertas e au­toconhecimento. Não fazia idéia do que encontraria ao final. Tudo o que sabia era que se sentia mais em casa a bordo daquele navio do que jamais se sentira em meio à sua própria vida na distante Boston.
- Desça daí neste instante - ordenou Ryan, num tom firme. Estava parado junto a uma coluna de madeira, parecendo tão atraente quanto autoritário.
Isadora não pôde deter a onda de calor que a invadiu.
Embora ele não tivesse como saber, era o responsável pela recém-descoberta sensação dela de pertencer a al­gum lugar. O jeito como falava ou se comportava não importava nem um pouco a Ryan Calhoun. Não a tratava nem melhor nem pior do que a qualquer membro da tripulação. Graças ao capitão, ela aprendera a lidar com um acesso de raiva masculino, a entender o que era pro­vocar e gracejar, a ver humor em situações que antes tinham costumado chocá-la.
O aspecto engraçado era que Ryan não parecia fazer idéia de como aquilo era bom para ela. Isadora abriu-lhe um sorriso corajoso. Subir no cordame parecera-lhe uma idéia tão boa quando havia lhe ocorrido. Chips subia pelo cordame de lá para cá feito um chipanzé, fazendo aquilo parecer tão simples. Ainda assim, agora que subia mais e mais, Isadora começava a se arrepender.
- Não me faça ir tirá-la dai - disse Ryan, furioso.
Ela tomou sua decisão rapidamente. Seu orgulho exigia que prosseguisse.
Desde que haviam cruzado a linha do Equador vários dias antes, ambos tinham voltado a evitar um ao outro. Ele que reservasse seu charme para garotas de cabeças vazias e bustos cheios, pensou Isadora, decidida a não se deixar governar por aquele homem arrogante.
- Eu vou continuar, sr. Pole. - disse a Chips.
O carpinteiro do navio lançou um olhar impotente a Ryan.
- Mão e pé opostos a cada vez, senhorita, esse é o jeito certo.
- Droga, eu vou atirar você aos tubarões, Pole! - gritou Ryan. - Não pense que não vou.
- Não vai. - Chips não conseguiu conter um sorriso.
- Preciso ajudar a dama. É a primeira vez que ela faz isso, sabe?
Isadora tentou não sorrir enquanto segurou-se ao cor­dame com uma mão e ergueu o pé oposto até a verga seguinte. As saias esvoaçantes tornavam a subida desa­jeitada, não havia o menor recato em escalar as cordas daquela maneira, mas não conseguia se conter. Ansiava por avistar a terra exótica e distante até a qual haviam navegado tão depressa.
- Posso ver a sua calcinha daqui - gritou Ryan Calhoun. Ela quase se soltou. Apenas o instinto de sobrevivência a fez continuar se segurando com firmeza.
- Um cavalheiro não olharia. E, com toda a certeza, não faria nenhum comentário.
- E quem disse que eu sou um cavalheiro?
Isadora lançou um rápido olhar para baixo e deu-se conta de que ele também estava subindo. Em questão de segundos, subia pelos cabos e logo a encarava através do emaranhado do cordame.
- Já que insiste nessa subida, - disse ele calmamente - acompanharei você para poder salvá-la caso comece a cair.
- Se eu começar a cair, - retrucou ela - não haverá como me salvar. - Quase riu a ver-lhe a súbita expressão de perplexidade nos olhos azuis. - Não se preocupe. Não planejo cair. E não precisa subir comigo.
- Prefere que eu fique no convés abaixo de você, olhando para as suas saias com o restante dos marujos?
Isadora segurou as cordas com raiva.
- Não darei resposta a uma pergunta insolente dessas."

The Charm School - Susan Wiggs

2 comentários:

  1. Fad´s, adorei mesmo o post *hehehehehe* Esse capitão é realmente TDB!!!
    Manda mais notícias.
    Beijus

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  2. Li esse livro.
    Adorável.
    E chamamos de Chick Lit. Mais bonitinho que romance de banca, não é?
    Eu adoro Chick Lit. Leio tudo.
    To lendo Nora Roberts. O cúmulo do Chick Lit.
    Huhauhahuauhaauh.

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