Fonte: Time Out London
E muita coisa mudou por lá desde o ano passado, quando o
governo passou a cobrar entrada para os arredores da London Eye e BigBen. Na
virada de 2014/2015 estivemos lá, eu e meu husband, comemorando nossos 10 anos
juntos e realizando novamente meu sonho de estar nessa cidade que é a minha
paixão ever.
Quando planejei minha viagem peguei várias dicas em blogs,
canais do Youtube, sites, etc. Dentre eles o Londres Para Principiantes, que está
recebendo este texto como contribuição para seu conteúdo. Obrigada Eneida! ;)
Bem, vou contar a minha experiência nessa ocasião que foi
muito divertida e inesquecível. De forma cronológica, eu antes de mais nada,
pesquisei O QUE FAZER na virada do ano em Londres. Descobri então que passou-se
a cobrar ingresso de £10 para o entorno de onde saem os fogos. Existe um site
que vende os ingressos e você imprime um voucher e troca depois num posto de
troca lá em Londres, para pegar a sua pulseirinha de acesso.
Eu acabei não comprando pelo site, pois fiquei com medo de
acabar me arrependendo e perder a grana, se caso eu decidisse fazer outra coisa
no dia. Eu planejei a viagem, mas fui com o pensamento de que faria o que desse
a telha, independente do plano. E foi assim.
Um dia (uns 3 dias antes do Ano Novo), fomos jantar num
restaurante atrás da London Eye, chamado Locale que tem preços legais e várias opções de
massas (comida de todo brasileiro que viaja pra Europa...hahaha). Daí, na hora
de ir embora eu vi um cartaz perto da porta dizendo da venda de um pacote, com
jantar e o ingresso pra entrar no perímetro no dia do Ano Novo. Conversei com a
atendente, ela me mostrou as opções e fechamos. Compramos o jantar pro Ano Novo
e a pulseirinha. A desvantagem nessa compra é que as mesas tinham horário
específico. A gente pegou uma mesa as 19h30, pra ficar 1h30 jantando. Depois
tínhamos que desocupar a mesa pro próximo cliente. Poderíamos ficar no bar do
restaurante até a hora da virada, se tivesse lugar no bar.
Quando chegou dia 31, começou a aventura. No final do dia
nos arrumamos e fomos para o restaurante. Estávamos hospedados num hotel ao
lado da estação Tottenham Court do metrô. Pegamos o metrô e descemos em
Westminster. E a rua já estava cheia, as barreiras já colocadas, guardas e
seguranças por todo lado.
Ok! Vimos uma fila enorme e larga, bem larga, de pessoas
para apresentar suas pulseirinhas e entrar no perímetro. Estamos lá, olhando
para o relógio (pois o restaurante nos deu 15 minutos de tolerância para
garantirmos a mesa E o jantar já pago, no caso de atraso). De repente eu vi um
guarda do staff do evento falando algo em um megafone. Mal e mal entendi que
aquela entrada era apenas para quem tinha o acesso ao portão NORTE. Fiquei na
dúvida, meu marido disse: É aqui mesmo, relaxa.
Eu, como boa mulher que sou, catei outro guarda e perguntei
se eu podia entrar por ali, mostrando minha pulseirinha. E... não. Minha
pulseira dava acesso para o lado sul, ou seja, DO OUTRO LADO DO RIO. E faltava
pouco mais de meia hora pra HORA EM QUE EU DEVERIA ESTAR SENTADA COMEÇANDO A
JANTAR.
Olha a galera pra acessar o perímetro! =O
E então, como faz? Meu marido queria ficar lá, e na hora
convencer o cara a deixar a gente entrar. Não. Não mesmo. Eu não ia arriscar
negociar com meu ruim-das-pernas-inglês com o guarda na entrada, contando que
ele ia falar: É nóis. Aqui é curintia. Entra aí, parça!
Não! Ali não era o Brasil. Eu tinha CERTEZA que não ia dar certo. (e não sou corintiana, só pra constar, hehehe)
Não! Ali não era o Brasil. Eu tinha CERTEZA que não ia dar certo. (e não sou corintiana, só pra constar, hehehe)
Bati o pé, esperneei, arranquei a roupa e convenci o marido
a irmos correndo pro outro lado do rio. Depois de esbaforidamente chegarmos na
outra entrada, passamos na frente de todo mundo e eu mostrei o voucher da nossa
reserva do restaurante. A moça olhou pro relógio e deixou a gente entrar.
UFA!!! Faltavam poucos minutos pra entrar no restaurante. Deu certo, jantamos
muito bem, mas não tinha lugar no bar. Não dava nem pra chegar perto do balcão
do bar. Ok! Vamos lá pra fora, a gente se vira.
E nos viramos. Viramos quase dois picolés. Hahahahaha... A
área por ali era pequena. Até dava pra andar um pouco mais na beira do rio, até
chegar na barreira, mas não ia mudar nada. A gente andou um pouco, achamos um
lugar estratégico exatamente atrás da London Eye, onde tem um pátio ao ar livre
e decidimos ficar ali. Depois de alguns minutos, começou a chover e parar de
chover várias vezes, voltamos pra rua e achamos uma marquise, onde tem um
restaurante, uma lojinha de vende-tudo, comércio fechado, e tal. E ficamos ali,
sentados nos degraus dessa marquise, pelas 3 horas seguintes. A bunda congelou,
a perna dormiu, o sono bateu, mas deu pra distrair um pouco comentando sobre as
pessoas e quantas periguetes de estola de peles, short e salto alto passavam
por ali. Foi impressionante.
Quando foi chegando a hora da virada fomos pro “nosso lugar”
e então tudo valeu a pena. A London Eye já fica iluminada toda noite, mas nessa
ela ficou lindamente interativa. Conforme a música mudava de ritmo as luzes
acompanhavam. E o show de fogos na hora da virada foi emocionante. Curtimos
muito, tomamos nossa champagne e decidimos ir embora, tava muito frio. Uns 2
graus. Eu nem consegui ver quanto de sensação térmica, mas bem que eu gostaria.
Adoro o frio. Mas tem limites...hehehe...
Seguimos pela ponte Westminster até que alguém passou por
nós no sentido contrário dizendo que estava fechado lá na frente, ninguém
passava. Oh boy! Toca voltar tudo.
Seguimos então pra estação Waterloo, a mais próxima ali da
margem sul que estava aberta. A cada 500m mais ou menos a gente avistava um
grupinho de guardas e staff e eu perguntava: Tá perto? Sim, siga por aqui, é uns 5 minutos de caminhada.
E fomos, fomos, fomos. A galera foi aumentando. Idosos,
gente com criança de colo, com carrinho de bebê, grupinhos de garotas
histéricas, grupos de imigrantes falando línguas estranhas, bêbados vomitando.
Até que me vi numa rua residencial. Estava TOTALMENTE tomada por pessoas. De
repente parou tudo. Acho que minha adrenalina tava bem alta e o cansaço não
deixou eu entrar em pânico, por que eu realmente tenho medo de ser pisoteada.
Adoro um show, mas sempre fico apavorada com a muvuca.
Ficamos parados quase meia hora, sem saber o que estava
acontecendo. Daí, meu marido viu lá na frente 4 guardas montados em cavalos.
Eles se elevavam sobre a multidão. Então, imaginamos que, pelo fato de ter
muuuita gente aglomerada, eles estavam fazendo esse reforço. Só que se houvesse
uma confusão, como eles iam resolver com aqueles cavalos gigantes sem machucar
mais ninguém? Não há resposta pra essa pergunta. (e não tenho fotos desses momentos pq nossas baterias foram pro espaço)
Enfim, começou a andar de novo. Fomos indo devagar, todos
num bloco único. Quando chegamos na barreira dos cavalos, eles gritavam pra não
empurrarem, não correrem. Os cavalos eram muito, muito grandes. E no meio
daquele povo todo, eles nem se moviam. Eu fiquei pensando que se um deles se
assustasse por qualquer motivo e pisasse em alguém... aiai... Eles são
extremamente treinados. A coisa mais linda do mundo. E mais pra frente tinha
outra barreira dessa, com mais 4 guardas montados. Depois dessa segunda
barreira andamos mais uns 300 metros até a entrada do metrô. Lá dentro estava
tranquilo e eu entendi então as paradas. Os guardas seguravam a multidão pra
não entrarem todos juntos na estação e aglomerar muito lá dentro, onde era
fechado e realmente podia ocorrer sérios problemas e acidentes. Por essa
perspectiva eu me senti grata por ter ficado em pé na multidão. Nem tava frio.
O calor humano aquecia todo mundo.
Quando chegamos no hotel já eram 3h30 da manhã. Pelas minhas
contas, começamos a voltar pro hotel depois dos fogos, lá pela 12h45, chutando
alto.
Óia as caras de felicidades! Foi o melhor Ano Novo da minha vida!! =D
Enfim, apesar de todo o perrengue valeu a pena demais! Eu
penso que quando se está viajando temos que ter em mente de que imprevistos não
podem acontecer. Imprevistos VÃO ACONTECER. E temos que saber levar na
esportiva. Podemos até ficar estressados no momento, mas devemos lembrar de
onde estamos, do que estamos fazendo. E que passar perrengue, tomar chuva,
comer mal às vezes, faz parte da viagem. Não tem como escapar. Vem no pacote.
Só assim tem graça, por que depois temos muita história pra contar o risadas pra
dividir.
Então, se você está indo passar o Ano Novo em Londres, saiba
que o saldo positivo é muito bom, você estará numa das maiores capitais do
planeta, com lugares, prédios, pessoas e ruas lindas pra ver, explorar,
aprender. E tudo coroado por um show de fogos emocionante, vibrante e colorido.
Vale a pena! ;)